A História dos Chapéus

Os chapéus, em suas formas práticas, formosas e algumas vezes excêntricas, estão presentes na indumentária há muitos e muitos séculos. Além de proteger do frio ou do sol, o chapéu caracteriza algumas funções, distinguindo cargos, e também revela personalidade quando combinado ao look, demonstrando sofisticação e elegância.

Durante muitos anos, o chapéu foi usado como status, representando a riqueza e o poder, assim como as coroas, que simbolizavam a hierarquia de uma posição social.
Você Sabia?

Um dos motivos de Paris ter se tornado o centro da alta-costura foi a confecção de chapéus.

Pois é, pouca gente sabe! A chapeleira Rose Bertin foi uma das mulheres mais influentes da França. Sua principal cliente era a rainha Maria Antonieta, o que a tornou a mais requisitada designer da época.
O Chapéu e a Moda

A moda está constantemente inovando e se renovando. No final do século 18, os penteados eram altos e extravagantes, usados para expressar patriotismo em comemorações e em grandes eventos. Nessa época, os penteados eram tão benfeitos que, muitas vezes, era quase impossível saber onde terminava o penteado e onde começava o chapéu.

 

Ainda no final desse século, embora tivesse a mera função de manter os cabelos limpos e arrumados, a touca vitoriana ganhou popularidade entre as damas da sociedade, refletindo, assim, uma imagem de singeleza e requinte.

 

Nessa mesma época, apareceram na França e na Grã-Bretanha as primeiras versões da cartola.

 

Devido à sua extravagância e por ser alta e exótica, a cartola ganhou o apelido francês de Incroyable (inacreditável). Na década de 1830, ela já havia permeado toda a sociedade e, por influência do príncipe Alberto, da Grã-Bretanha, passou a ser considerada parte da vestimenta masculina na sua clássica versão preta.

 

Essa moda durou até o final do século, quando surgiram estilos mais casuais, como o chapéu-coco e o trilby. O chapéu-coco foi projetado pelos londrinos Thomas e William Bowler para a chapelaria James Lock&Co. Foi licenciado pela loja Edward Coke para ser usado por seus guarda-caças, pois, devido a sua rigidez, servia para proteger a cabeça dos galhos mais baixos das árvores quando eles estavam cavalgando.

 

Com o tempo passou a ser usado pelas classes dominantes, além de ter cruzado algumas fronteiras, chegando aos Estados Unidos com o nome de “derby”.

 

O interessante desse chapéu é que é usado até hoje. Na Bolívia, por exemplo, faz parte do traje típico usado no Dia da Independência.

Já o trilby passou a nomear o chapéu que se tornou popular após a apresentação do melodrama “Trilby”, de George Du Maurier, baseado no romance que escreveu em 1894.

 

Foi no período eduardiano que o chapéu teve seu glamour boêmio, ao ser usado por artistas e escritores do Bloomsbury Group de Londres.

No início do século 20, o chapéu eduardiano ganhou espaço. Alto e extravagante, era composto por tules, fitas, flores e plumagens e, geralmente, erguido por uma estrutura pompadour e coberto por mechas de cabelo – naturais ou artificiais.

 

No final da Belle Époque (1871-1914), por iniciativa de Paul Poiret, o turbante volta a conquistar adeptos. Ele era prático e suas cores eram vivas, tornando-se, mais tarde, o acessório favorito de Simone de Beauvoir, ícone do feminismo de “esquerda”.

 

Na década de 1920, o chapéu tornou-se o queridinho da fraternidade das corridas de cavalo na Grã-Bretanha, e é usado ainda hoje tanto por homens quanto por mulheres, proporcionando uma imagem de informalidade sofisticada.

A maioria das tendências era ditada por Worth, em Paris; por Lucile, em Londres, e por Anna Ben-Yusuf, em Nova York. Ainda no início dos anos 1920, o chapéu cloche, minimalista e sem abas, se tornou popular e parte do visual melindrosa, bem como os cabelos curtos e o vestido chemise de corte reto, o que tornava o look mais andrógeno.

 

Era de feltro, rente, justo à cabeça, e tinha como detalhe, muitas vezes, um broche no estilo Art Déco. Por tampar os olhos, esse modelo obrigava as mulheres a manter a cabeça erguida, dando-lhes um ar mais altivo e colocando-as no auge naquela época.

 

Já o chapéu cocktail, que consistia em pequenos adornos de cabeça com um véu de rede levemente caído sobre o rosto, foi o ícone de feminilidade pós-Guerra dos anos 50, muito usado em festas e ocasiões formais.

 

Por sua vez, o chapéu pillbox, simples e minimalista, inspirado no estilo militar, ganhou o olhar de todos em 1961, quando Jackie Kennedy apareceu usando um de Halston – o chapeleiro-chefe da nova-iorquina Bergdorf Goodman – na posse de seu marido à presidência dos Estados Unidos.

 

Em 1979, o chapéu pork pie, com sua copa achatada, um amassado em sua volta e sua aba curvada para cima, ganha destaque, influenciado pelos cenários musicais. Esse modelo ficou esquecido durante algum tempo, mas voltou a ser visto nos últimos anos.

 

Como podemos observar, o chapéu sempre esteve ligado à elegância. Alguns modelos deixaram de ser usados por algum tempo, voltaram, foram reinventados, mas essa moda nunca deixou de existir. Atualmente, continua sendo ícone de sofisticação, completando e embelezando looks.

 

Mudando de formato e definição ao longo de sua história, os fascinators sempre foram uma alternativa mais leve para o chapéu tradicional. Preso à cabeça por uma fita, pente ou clip, pode ter uma variedade enorme de modelos, confeccionados com plumas, flores ou pedrarias. Usado igualmente como um chapéu de coquetel, é um acessório formal e uma escolha popular entre os membros da realeza. Kate Middleton é conhecida por usar uma versão de fascinator que incorpora um pequeno chapéu de base, agora conhecido como hatinator.